Dez 1996 - Centro Histórico do Porto, Património Cultural da Humanidade
O Centro Histórico do Porto foi classificado como Património Cultural da Humanidade. Corresponde ao tecido urbano marcado pelas origens medievais da cidade e inclui territórios situados nas freguesias da Sé, de São Nicolau, da Vitória e de Miragaia.
Apesar de toda a evolução e mutações que ao longo dos tempos se deram no Centro Histórico do Porto, ainda hoje a observação do conjunto urbano que se apoia no velho casco medieval proporciona uma imagem de coerência e de homogeneidade. Sugere imutabilidade e permanência no tempo, constituindo assim um exemplar único de uma paisagem urbana dotada de identidade, forte carácter e qualidade estética.
Expandir ▼
A área classificada pela UNESCO como Património Cultural da Humanidade inclui a parte da cidade interior ao traçado da antiga Muralha Fernandina, do século XIV e algumas áreas adjacentes de características idênticas ou valorizadas por realizações posteriores num total de cerca de 49 hectares.
Porto Tour | Centro Histórico [360portugal]
A envolver a área classificada foi ainda definida uma área de protecção que inclui: a Avenida dos Aliados e quarteirões envolventes até às Praças da Trindade, de D. João I, D. Filipa de Lencastre, Gomes Teixeira e Carlos Alberto, o Jardim do Carregal e o Hospital de Santo António; a zona da Alfândega Nova e o vale das Virtudes; as encostas das Fontainhas e dos Guindais; uma faixa a nascente da antiga linha da muralha medieval nas imediações da Praça da Batalha; toda a zona ribeirinha de Vila Nova de Gaia, onde se encontram as caves de Vinho do Porto. Esta coroa, de valor patrimonial significativo apesar de alguns exemplares descontextualizados, abrange um total de 130 hectares.
A decisão de aprovação do Centro Histórico como Património da Humanidade foi tomada em Mérida (México).
O sector turístico parece ter sido o grande beneficiário do entusiasmo gerado em trono da classificação. Não há registos que contabilizem as entradas de turistas apenas na Centro Histórico da cidade, mas os estudos feitos para o Porto e Norte de Portugal apresentam indicadores muito positivos, tendo a última década registado um aumento de cerca de um milhão de visitantes.
A Torre dos Clérigos foi construída entre 1754 e 1763 com projecto do italiano Nicolau Nasoni sob encomenda de Dom Jerónimo de Távora Noronha Leme e Cernache a pedido da Irmandade dos Clérigos Pobres. Nasoni contribuiu durante muitos anos para a construção da grande torre dos clérigos sem receber, sendo remunerado alguns anos mais tarde. Este monumento foi classificado pelo IPPAR como Monumento Nacional desde 1910.
A Torre tem seis andares e 75 metros de altura, que se sobem por
uma escada em espiral com 240 degraus. Era, na altura da sua construção, o edifício mais alto de Portugal.
A Sé do Porto conserva ainda vestígios do primitivo edifício românico construído entre a 1ª metade do século XII e início do séc. XIII. Destaca-se o aspecto de igreja-fortaleza com fachada flanqueada por duas torres e a bela rosácea sobre a fachada principal. Sofreu modificações nos períodos maneirista e barroco. O claustro gótico é da época de D. João I, rei que celebrou esponsais nesta catedral.
Sé Catedral da cidade do Porto (Drone)
O Palácio da Bolsa começou a ser construído em Outubro de 1842, em virtude do encerramento da Casa da Bolsa do Comércio, o que obrigou temporariamente os comerciantes portuenses a discutirem os seus negócios na Rua dos Ingleses, em pleno ar livre.
Com uma mistura de estilos arquitectónicos o edifício apresenta em todo o seu esplendor, traços do neoclássico oitocentista, arquitectura toscana, assim como o neopaladiano inglês.
Sede da Associação Comercial do Porto, serve agora para os mais diversos eventos culturais, sociais e políticos da cidade. O Salão Árabe detém o maior destaque de todas as salas do palácio devido, como o nome indica, a estuques do século XIX legendados a ouro com caracteres arábicos que preenchem as paredes e tecto da sala. É neste salão que tem lugar as homenagens a chefes-de-estado que visitam a cidade. O Palácio da Bolsa está aberto para Visitas turísticas, sendo um dos edifícios patrimoniais mais procurados da cidade do Porto.
A Estação de São Bento é uma interface de caminhos de ferro da Linha do Minho, que serve a cidade do Porto. Está situada na Praça de Almeida Garrett, tendo o edifício da Estação, de influência francesa, sido delineado pelo arquitecto portuense José Marques da Silva. Entrou ao serviço, de forma provisória, no dia 8 de Novembro de 1896, só tendo sido oficialmente inaugurada em 5 de Outubro de 1916. Situada no Centro Histórico do Porto, a estação afirmou-se como um dos principais monumentos na cidade, sendo especialmente célebre pelos seus painéis de azulejos. É considerada uma das mais belas estações ferroviárias do mundo.
Com uma paisagem magnífica, onde se avista toda a zona ribeirinha do Porto e Gaia até à Ponte da Arrábida, bem como o centro histórico do Porto, a Ponte D. Luís, a Ponte São João e a zona das Fontainhas, o Mosteiro da Serra do Pilar, construído entre 1538 e 1670 tem uma forma circular típica da altura do Renascimento, uma abóbada rodeada por um varandim, e um claustro também circular, com 36 colunas jónicas - um exemplar único em Portugal.
A Ponte D. Luís I é constituída numa estrutura metálica com dois tabuleiros, construída entre os anos 1881 e 1888. Esta construção veio substituir a antiga ponte pênsil que existia no mesmo local e foi realizada mediante o projecto do engenheiro belga Théophile Seyrig, que já tinha colaborado anteriormente com Gustave Eiffel na construção da ponte Maria Pia, ferroviária. A ponte foi inaugurada em 1886 (tabuleiro superior) e 1888 (tabuleiro inferior e entrada em total funcionamento).
A Igreja de São Francisco é uma igreja gótica situada na freguesia de São Nicolau em pleno Centro histórico. A construção iniciou-se no século XIV como parte de um convento Franciscano. É notável pelo seu conjunto de talha dourada barroca do século XVIII. O modelo planimétrico adoptado é similar ao já ensaiado em inúmeros templos portugueses a partir do Gótico mendicante do século XII. Uma característica regional importante é a presença de motivos lacrimais decorados com esferas na parte superior da capela-mor, de influência galega. A estrutura da igreja não sofreu alterações significativas, sendo o melhor exemplo de arquitectura gótica no Porto.
Visita Guiada à Igreja de São Francisco
Considerada uma das mais antigas praças da cidade, a Praça da Ribeira já era mencionada em cartas régias de 1389. De origem medieval, quando ali já existia uma grande atividade económica, devido à presença de um porto a poucos quilómetros da foz do rio Douro, foi
uma zona de intenso comércio, com tendas de venda e uma lota do peixe. Na década de 1980 foram feitas intervenções arqueológicas no local, pondo a descoberto um chafariz do século XVII, no centro da praça. Reconstruído no seu local de origem, o chafariz foi coroado por uma peça escultórica da autoria de José Rodrigues, conhecida vulgarmente por "Cubo da Ribeira". Atualmente esta Praça é um lugar de visita indispensável a quem passa pela cidade, dispondo de muitos restaurantes e espaços de animação noturna.
O actual edifício da Câmara Municipal do Porto, em Portugal, foi projectado pelo Arquiteto Correia da Silva e começou a ser construído em 1920.
Apesar de ter sido iniciado em 1920, as obras do edifício dos paços do concelho sofreram inúmeras interrupções, tendo sido introduzidas alterações ao projecto inicial, pelo Arq. Carlos Ramos. Os serviços camarários só se instalaram no novo edifício em 1957. O edifício é constituído por seis pisos, uma cave e dois pátios interiores. A torre central, com 70 metros de altura, com um relógio de carrilhão, acessível por uma escada interior de 180 degraus. Os interiores, de mármore e granito, são ricamente decorados.
Localizado na Praça da Batalha, o edifício do Teatro Nacional São João foi totalmente reconstruído após um violento incêndio que o destruiu completamente em 1908. É hoje um dos principais edifícios da cidade e local de realização dos principais espectáculos culturais da cidade.
O teatro foi reclassificado como monumento nacional em 2012. O atual edifício, de aspecto robusto mas sem estilo definido, é composto por uma imponente frontaria guarnecida por quatro colunas jónicas, entre as quais se abrem três janelas de arco pleno e outras tantas portas.
Por detrás das cortinas do Teatro Nacional São João
O Paço Episcopal do Porto é um imponente edifício de feição barroca, dominando as vistas da cidade a partir da elevação onde se ergue, sobre o vasto Terreiro da Sé portuense. A sua edificação original, destinada já a residência dos prelados portuenses, parece ser datável do século XIII, e nela terá vivido o bispo D. Martinho Rodrigues. O Paço possui um grande número de dependências, algumas das quais exibindo acabamentos artísticos de algum interesse, e entre o seu espólio destaca-se o grande número de pinturas, incluindo uma longa série de retratos dos bispos portuenses. SML
Em 2012 e 2014, a cidade do Porto foi eleita "Melhor Destino Europeu", distinção atribuída anualmente pela "European Consumers Choice". Em 2013, foi eleita o "Melhor Destino de férias na Europa" pela Lonely Planet. Também, no ano de 2014, a revista Business Destinations, que organiza anualmente os Bussiness Destinations Travel Awards, considerou que a Alfândega do Porto é o melhor espaço para "reuniões e conferências" da Europa, elegendo este centro de congressos pela sua qualidade e inserção urbana e, nesse mesmo ano, a edição europeia do Wall Street Journal dedicou duas páginas à cidade do Porto, que sugeriu como a cidade "fascinante e charmosa", "perfeita para um fim de semana prolongado". No ano de 2015, a cidade do Porto volta a ser escolhida como um dos principais destinos turísticos da Europa, fazendo parte de uma lista de 10 polos turísticos feita pelo jornal britânico The Guardian.
Sem comentários:
Enviar um comentário