1995 - Paisagem Cultural de Sintra, Património da Humanidade
A Paisagem cultural de Sintra foi inscrita em 1995 como Património da Humanidade da UNESCO. A área classificada abrange uma parte da Serra de Sintra e inclui o centro histórico da vila, muitos monumentos históricos e a abundante vegetação natural e exótica dos parques da serra.
Segundo o relatório da UNESCO, "a paisagem cultural de Sintra, com sua serra, é um extraordinário e singular complexo de parques, jardins, quintas, mosteiros e castelos que criam uma arquitetura popular e culta harmonizada com a abundante e exótica vegetação, criando micro-paisagens de beleza exótica e luxuriante."Expandir ▼
Sintra Património Mundial desde 1995 [Câmara Municipal de Sintra]
A Vila de Sintra tem recusado ser elevada à categoria de cidade, apesar de ser sede do segundo município mais populoso em Portugal, segundo a própria Câmara Municipal. Segue-se uma lista de locais incluídos na área classificada como Património da Humanidade pela UNESCO:
O Palácio da Regaleira é o edifício principal da Quinta da Regaleira. Está situado na encosta da serra e a escassa distância do Centro Histórico de Sintra estando classificado como Imóvel de Interesse Público desde 2002.
António Augusto, o seu primeiro proprietário, também conhecido como "o Monteiro dos Milhões", pelo traço do arquitecto italiano Luigi Manini, deu à quinta de 4 hectares, o palácio, rodeado de luxuriantes jardins, lagos, grutas e construções enigmáticas, lugares estes que ocultam significados alquímicos, como os evocados pela Maçonaria, Templários e Rosa-cruz. Modela o espaço em traçados mistos, que evocam a arquitetura românica, gótica, renascentista e manuelina.
Programa AGORA - Quinta da Regaleira | RTP2 - 2013
Também na Quinta da Regaleira podemos encontrar o Poço Iniciático, uma galeria subterrânea com uma escadaria em espiral, sustentada por colunas esculpidas, por onde se desce até ao fundo do poço. A escadaria é constituída por nove patamares separados por lanços de 15 degraus cada um, invocando referências à Divina Comédia de Dante e que podem representar os 9 círculos do inferno, do paraíso, ou do purgatório. No fundo do poço está embutida em mármore, uma rosa dos ventos sobre uma cruz templária, que é o emblema heráldico indicativo da Ordem Rosa-cruz.
O poço diz-se iniciático porque se acredita que era usado em rituais de iniciação à maçonaria e a explicação do simbolismo dos mesmos nove patamares diz-se que poderá ser encontrada na obra Conceito Rosacruz do Cosmos.
De arquitectura neoclássica, o Palácio de Seteais insere-se no conjunto de palácios reformados pela burguesia. Destaca-se a entrada, com frontões triangulares, janelas de guilhotina e uma escada de dois braços que se desenvolve para o interior no sentido da fachada secundária.
No conjunto, existem dois corpos de planta composta — a ala esquerda, com planta em U, que se desenvolve à volta do pátio interior, e a ala direita, com planta rectangular. As fachadas principais são simétricas, de dois registos. As salas da ala esquerda são pintadas com frisos de flores e grinaldas, salientando-se a Sala Pillement, com cenas figurativas da autoria de Jean Baptiste Pillement, e a Sala da Convenção, com alusões marítimas mitológicas.
O Palácio Nacional de Sintra, também conhecido como Palácio da Vila, foi um dos Palácios Reais e hoje é propriedade do Estado Português, que o utiliza para fins turísticos e culturais. Apresenta características de arquitectura medieval, gótica, manuelina, renascentista e romântica. É considerado um exemplo de arquitectura orgânica, de conjunto de corpos aparentemente separados, mas que fazem parte de um todo articulado entre si, através de pátios, escadas, corredores e galerias. O Palácio foi utilizado pela Família Real Portuguesa praticamente até ao final da Monarquia, em 1910, quando passou a ser classificado como Monumento Nacional.
Castelo dos Mouros (por Karl Neusinger)
O Castelo dos Mouros ergue-se sobre um maciço rochoso, isolado num dos cumes da serra de Sintra. Do alto das suas muralhas descortina-se uma vista privilegiada de toda a sua envolvência rural que se estende até ao oceano Atlântico.
Acede-se ao monumento, visível já da vila de Sintra, subindo a Rampa da Pena, um caminho sinuoso que corre pelo interior da serra. Este espaço foi sendo, ao longo dos séculos, não só ocupado por obras de valor artístico e histórico como também pelos mais variados espécimes botânicos, muitos deles de carácter raro e exótico. Um outro elemento digno de nota é a porta árabe em arco em ferradura.
Outro elemento integrado na área classificada pela UNESCO é o Convento dos Capuchos, um antigo convento da Ordem de São Francisco, localizado na Serra de Sintra.
Segundo a lenda, durante uma caçada na serra de Sintra, quando em perseguição a um veado, o 4º vice-rei da Índia, D. João de Castro, ter-se-ia perdido vindo a adormecer de cansaço debaixo de um penedo. Em sonho, ter-lhe-ia sido revelada então a necessidade de se erigir um templo cristão naquele local.
Vindo a falecer mais tarde (1548), sem que tivesse tido oportunidade de cumprir essa obrigação, transmitiu-a ao filho. Assim, este convento de frades franciscanos foi fundado em 1560 por D. Álvaro de Castro, Conselheiro de Estado de Sebastião I de Portugal e administrador da Fazenda.
O Palácio de Monserrate, projectado pelo arquitecto James Knowles e construído em 1858, por ordem de Sir Francis Cook, visconde de Monserrate, enquanto a elaboração dos jardins foi entregue ao pintor William Stockdale, ao botânico William Nevill, e a James Burt, mestre jardineiro. Este palácio que foi a residência de Verão da família Cook, foi construído sobre as ruínas da mansão neo-gótica edificada pelo comerciante inglês Gerard de Visme, que possuiu a concessão da importação do pau-brasil em Portugal. William Beckford alugou a propriedade em 1793, realizando obras no palácio, começando a criar um jardim paisagístico. É um exemplar sugestivo do Romantismo português, ao lado de outros palácios na região, como o Palácio da Pena. Durante a década de 1920, o palácio seria posto à venda, acabando por ser adquirido pelo Estado em 1949. Nos jardins deste Palácio podem ver-se vários exemplares botânicos. Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1978.
O Palácio Nacional da Pena representa uma das principais expressões do Romantismo arquitectónico do século XIX no mundo, constituindo-se no primeiro palácio nesse estilo na Europa.
Está situado num dos cumes fragosos da Serra de Sintra e integra-se de modo inesperadamente feliz no seu tecido natural de verdura e penedia, atestando as potencialidades estéticas do projecto.
O Palácio remonta a 1839, quando o rei consorte D. Fernando II de Saxe Coburgo-Gotha (1816-1885) adquiriu as ruínas do Mosteiro Jerónimo de Nossa Senhora da Pena e iniciou a sua adaptação a palacete, segundo a sua apurada sensibilidade de romântico.
Fantasiosa em extremo, a fábrica arquitectónica da Pena colhe nos «motivos» mouriscos, góticos e manuelinos da arte portuguesa muito da sua inspiraçáo, bem como no espírito Wagneriano dos Castelos Schinkel do Centro da Europa.
Sem comentários:
Enviar um comentário