1983 - Convento de Cristo - Património Mundial em Tomar
O Convento de Cristo, situado na cidade de Tomar, foi classificado pela UNESCO como Património Mundial e votado mais tarde (em 2007) como um dos finalistas da iniciativa da eleição das Sete Maravilhas de Portugal.
Foi fundado em 1160 pelo Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, D. Gualdim Pais, e ainda conserva memórias desses monges cavaleiros e dos herdeiros do seu cargo, a Ordem de Cristo, os quais fizeram deste edifício a sua sede.
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Sob ordens do Infante D. Henrique o Navegador, Mestre da ordem desde 1418, foram construídos claustros entre a Charola e a fortaleza dos Templários, mas as maiores modificações verificam-se no reinado de D. João III (1521-1557). Arquitectos como João de Castilho e Diogo de Arruda procuraram exprimir o poder da Ordem construindo a igreja e os claustros com ricos floreados manuelinos que atingiram o máximo esplendor na janela da fachada ocidental.
Trata-se de uma construção periurbana, implantada no alto de uma elevação sobranceira à planície onde se estende a cidade. Está circundado pelas muralhas do Castelo de Tomar e pela mata da cerca. Actualmente é um espaço cultural, turístico e ainda devocional. A arquitectura partilha traços românicos, góticos, manuelinos, renascentistas, maneiristas e barrocos.
A janela do Capítulo do Convento (à esquerda na imagem), mais tarde imitada para o Palácio da Pena, foi encomendada por D. Manuel I de Portugal e desenhada por Diogo de Arruda. É o mais conhecido exemplo de arquitectura manuelina, ilustrativo do naturalismo exótico e do uso de pormenores marítimos.
Os Claustros
Os claustros são originalmente de estilo gótico, com estrutura de arcadas quebradas sobre colunas grupadas. Já a nave manuelina de espaço unificado está coberta com abóbada rebaixada. As janelas, frisos e platibandas têm corpo manuelino com decoração vegetalista, enquanto a planta do conjunto monacal quinhentista parece inspirar-se na do Ospedale Maggiore, em Milão.
O claustro grande, também referenciado como Claustro Principal, ou chamado de Claustro de D. João III, pelo seu realce que distintamente o caracteriza, pela luminosidade a ele inerente e pelas suas características tão particulares, acaba por ofuscar os claustros a ele adjacentes.
Iniciado nos anos 50 do século XVI por João de Castilho e substituído em parte por Diogo Torralva, o Grande Claustro reflecte a paixão de D. João III pela arte italiana. Escadas em espiral ocultas nos cantos conduzem ao Terraço da Cera.
Visita Guiada ao Convento de Cristo
O Claustro da Lavagem é quadrangular de dois pisos; o Claustro do Cemitério é quadrangular, com um piso com cinco tramos por ala. Os claustros de João de Castilho: o Claustro da Micha é quadrangular com quatro alas, enquanto o dos Corvos é também quadrangular, mas com duas galerias de dupla arcada separadas por contrafortes. Por último, o Claustro de D. João III é ainda quadrado, com chanfros nos ângulos. O Refeitório é rectangular, com abóbada de berço com nervuras formando caixotões quadrados. O Dormitório está disposto em cruz, com dois grandes corredores. Existem ainda o Claustro da Hospedaria e o Claustro de Santa Bárbara, quadrado, com quatro arcos rebaixados por ala, sobre colunas de fuste liso, o Claustro dos Corvos, o único com jardim e o Claustro das necessarias.
Charola
O núcleo do mosteiro é a Charola do século XII, o Oratório dos Templários. Tal como em muitos dos seus templos, baseia-se na Rotunda do Santo Sepulcro de Jerusalém, adaptada pelo Infante D. Henrique. Em 1356, Tomar passou a ser a sede da Ordem de Cristo em Portugal, e a decoração da Charola reflecte a riqueza da Ordem. As pinturas e frescos (quase só cenas bíblicas do século XVI) e a estatuária dourada sob a cúpula bizantina, foram cuidadosamente restauradas. Quando foi construída a igreja manuelina, esta ficou ligada à Charola por uma arcada.
Visita Guiada aos Templários no Convento de Cristo (Castelo e Charola)
A Charola, poligonal, é o centro do conjunto de edificações, culminando-as visualmente. A norte e a este estão a Sacristia, os claustros do Cemitério e da Lavagem, as ruínas dos Paços, as Enfermarias e ainda a Sala dos Cavaleiros e a Botica.
A charola foi desenvolvida arquitetonicamente para a função de igreja dos cavaleiros e é, nessa circunstância, que a classificação “de tipo igreja em rotunda”, importada pelos Templários da sua prática oriental, e é ainda o ponto de chegada do Castelo dos Templários.
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