Proteger Lisboa e a sua barra tornou-se uma necessidade na época dos descobrimentos. Teve o rei D. João II (1455-1495) a iniciativa de traçar um plano inovador e eficaz, que consistia na formação de uma defesa tripartida entre o baluarte de Cascais, a fortaleza de S. Sebastião da Caparica, na outra margem do rio, e uma terceira fortaleza, a Torre de Belém. Devido à morte do rei D. João II, coube a D. Manuel I, seu sucessor, a tarefa de mandar erigir a Torre de Belém.
O monumento foi classificado como Património Mundial pela UNESCO em 1983 e foi eleito como uma das Sete Maravilhas de Portugal em 2007.
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A construção iniciou-se em 1514 e ficou concluída em 1520. Como símbolo do prestígio do Rei, a sua decoração ostenta a simbologia própria do Manuelino – calabres que envolvem o edifício, rematando-o com elegantes nós, esferas armilares, cruzes da Ordem Militar de Cristo e elementos naturalistas.
Na estrutura da Torre podemos distinguir duas partes: a torre, mais esguia e com quatro salas abobadadas, e o baluarte, de conceção moderna e mais largo, com uma casamata onde, a toda a volta, se dispunha a artilharia. Atualmente é um referente cultural, um símbolo da especificidade do país que passa pelo diálogo privilegiado com outras culturas e civilizações.
A Torre é um ícone da arquitectura Manuelina. O monumento faz uma síntese entre a torre de menagem de tradição medieval e o baluarte, mais largo, com a sua casa-mata onde se dispunham os primeiros dispositivos aptos para resistir ao fogo de artilharia.
Ao longo do tempo a Torre de Belém foi perdendo a sua função de defesa da barra do Tejo e, a partir da ocupação Filipina, os antigos paióis deram lugar a masmorras. Nos quatro pisos da torre, mantêm-se a Sala do Governador, a Sala dos Reis, a Sala de Audiências e, finalmente, a Capela com as suas características abóbadas quinhentistas.
A Torre de São Vicente (1514) - outra designação da Torre de Belém - pertence a uma formação de defesa da bacia do Tejo mandada erigir por D. João II, que é composta a sul pela torre de São Sebastião da Caparica (1481) e a oeste com a torre de Santo António em Cascais (1488).
O monumento destaca-se pelo nacionalismo implícito, visto que é todo rodeado por decorações do Brasão de armas de Portugal, incluindo inscrições de cruzes da Ordem de Cristo nas janelas de baluarte; tais características remetem principalmente à arquitetura típica de uma época em que o país era uma potência global (a do início da Idade Moderna).
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