O conjunto histórico-cultural distinguido pela UNESCO designa-se por "Universidade de Coimbra - Alta e Sofia", albergando quatro freguesias do Centro Histórico de Coimbra (São Bartolomeu, Sé Nova, Sé Velha e Santa Cruz). Esta Universidade é uma das mais antigas em todo o mundo ainda em operação e a mais antiga de Portugal e dos países e regiões de língua portuguesa.
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A história da Universidade de Coimbra remonta ao século seguinte ao da própria fundação de Portugal, dado que foi criada em 1290, mais especificamente a 1 de março, quando o Rei D. Dinis assinou em Leiria o documento "Scientiae thesaurus mirabilis", o qual criou a própria universidade e pediu ao Papa a confirmação. Em 1943 foi erguida, em Coimbra, uma estátua do rei fundador, na praça que leva o seu nome.
A instalação definitiva da Universidade viria a acontecer em 1537, no reinado de D. João III. A sua estátua, de autoria de Francisco Franco, foi erguida em 1950 por ocasião da homenagem a este monarca.
A Alta de Coimbra era onde vivia a nobreza, o clero e mais tarde os estudantes. Hoje é um local privilegiado da cidade, onde se misturam diversos serviços (banca, seguros, comércio), séculos de história, habitação, cultura, espaços verdes e lazer.
A Rua da Sofia é uma famosa e grande rua da parte baixa da cidade. Tem elevada concentração de comércio, já que toda a rua é ladeada por diversas lojas, muitas delas de grandes marcas internacionais. Foi construída na primeira metade do século XVI e apresenta muitas características do tempo do Renascimento.
Situada numa colina com vista para a cidade, a Universidade de Coimbra, com as suas faculdades cresceu e evoluiu ao longo de mais de sete séculos dentro da cidade velha (Almedina). Lá se encontram os edifícios universitários notáveis do século XII, o Mosteiro de Santa Cruz e as faculdades do século XVI, o Palácio Real da Alcáçova (Palácio das Escolas), que abriga a Universidade desde 1537, a Biblioteca Joanina com sua rica decoração barroca. Do século XVIII, conserva-se o Jardim Botânico, bem como a grande "Cidade Universitária", criado na década de 1940.
Visita Guiada: Biblioteca Joanina
A Universidade tornou-se uma referência no desenvolvimento de outras instituições de ensino superior no mundo de língua Portuguesa, onde também exerceu uma grande influência sobre a aprendizagem e a literatura. Coimbra oferece um excelente exemplo de uma cidade universitária integrada com uma tipologia urbana específica, bem como as suas próprias tradições cerimoniais e culturais que têm sido mantidas vivas ao longo dos tempos.
Designa-se por Via Latina a longa varanda, ritmada por elegante colunata neoclássica, localizada na fachada principal do antigo Paço Real, dominando o Pátio das Escolas. Foi construída no reinado de D. João V e a sua configuração atual remonta a 1773. O nome deriva da língua oficial do ensino na Universidade até à Reforma Pombalina de 1772, quando o Português substituiu o Latim como língua oficial. Um grande frontão domina o conjunto, destacando-se aí as armas nacionais e, no topo, a omnipresente figura da Sapiência. No seu interior, ao centro, pode apreciar-se o pórtico da autoria de Claude Laprade (1682-1738), datado de 1700-1702, ao qual foi adicionado o busto de D. José I na reforma de 1773.
A sua escadaria permanece ainda hoje o local central para estudantes e antigos alunos, sendo aqui que são realizadas, por exemplo, as fotos de curso por ocasião da colocação das Fitas na pasta académica.
Da autoria do arquiteto italiano António Cannevari, a Torre da Universidade foi edificada entre 1728 e 1733 em substituição da anterior, de João de Ruão (1561). O relógio da Torre tinha papel fulcral no quotidiano universitário, estando associado aos sinais sonoros emitidos pelos sinos, quatro no total, dos quais o mais conhecido ocupa a face voltada para o rio, sendo vulgarmente denominado cabra. A Torre foi recentemente alvo de uma intervenção que veio permitir aos visitantes a deslocação até ao seu topo, tornando-se num miradouro elevado com vista para a cidade de Coimbra.
Muito ligado às tradições académicas desta Universidade, o Fado de Coimbra tem as suas origens nos estudantes de todo o país que levavam as suas guitarras para Coimbra. Este fado é exclusivamente cantado por homens e tanto os cantores como os músicos usam o traje académico: calças e batina pretas, cobertas por capa de fazenda de lã igualmente preta.
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Destinada a solenizar a entrada do recinto universitário, a Porta Férrea foi a primeira obra significativa posterior à aquisição do edifício. A construção deste conjunto data de 1634 e resultou da iniciativa de D. Álvaro da Costa, então Reitor da Universidade. Da autoria do arquiteto António Tavares, foi concebida como um arco triunfal de dupla face (seguindo a tradição da porta-forte militar), e apresenta as principais figuras da instituição da Universidade – D. Dinis, que está na origem da sua fundação, e D. João III, que a instalou definitivamente em Coimbra –, encimados pela figura da Sapiência. Nos portais encontramos ainda representações das antigas faculdades – Teologia, Medicina, Leis e Cânones. Os grupos escultóricos são da autoria de Manuel de Sousa
Para comemorar a inscrição da Universidade de Coimbra - Alta e Sofia na lista do Património Mundial da Humanidade - o reitor convidou à participação de todos na iniciativa "Coimbra em Festa", a decorrer na Praça do Comércio, na Baixa de Coimbra. Também o ministro dos Negócios Estrangeiros considerou que a classificação de Coimbra como património mundial da UNESCO beneficiará "a economia, o turismo, o conhecimento e o cosmopolitismo" da cidade, mas também é "muito prestigiante" para Portugal. "É um grande dia para Portugal e para Coimbra.
Universidade de Coimbra, Alta e Sofia - Filme da Candidatura
A meritória candidatura a património mundial passou com brilho e eficiará" a cidade em várias áreas, afirmou Paulo Portas numa declaração escrita enviada à agência Lusa. A comissão do património mundial da UNESCO, que se reuniu na 37ª sessão anual no Camboja, analisou, ao todo, a inscrição de 31 locais naturais e culturais na lista do património mundial.
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