Dez 1983 - Angra do Heroísmo - a primeira cidade portuguesa Património Mundial
Angra do Heroísmo, localizada na costa sul da ilha Terceira, é a capital histórica dos Açores e sede da diocese de Angra, a qual inclui a totalidade do arquipélago. A riqueza da sua história e património edificado levou a que a Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo fosse classificada como Património Mundial pela UNESCO em 1983. A cidade é sede do Regimento de Guarnição n.º 1, uma das mais antigas unidades militares portuguesas. Angra do Heroísmo foi a primeira cidade no país a ser inscrita na lista da UNESCO e isso reflete a sua importância histórica e cultural.
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O bem inscrito na lista do Património Mundial da UNESCO é uma área com cerca de seis quilómetros quadrados. Aproximadamente metade dessa área é constituída pelo centro histórico, enquanto que o restante é constituído pelo extinto vulcão do Monte Brasil, atualmente um parque florestal com restos da cobertura vegetal original, e que a partir de finais do século XVI foi quase que inteiramente cercado por uma extensa linha de fortificações (fortaleza do Monte Brasil).
Património Mundial (RTP) - Angra do Heroismo
O Outeiro da Memória localiza-se no cimo do Jardim Duque da Terceira, no centro histórico da cidade. Neste local o capitão do donatário João Vaz Corte Real fez erguer a primeira fortificação da antiga Angra, o chamado Castelo dos Moinhos, cerca de 1474. Esta fortificação, longe do mar, traduzia uma concepção ainda tardo-medieval, europeia e mediterrânica, de defesa em acrópole.
O obelisco que o caracteriza atualmente foi erigido no século XIX em homenagem à passagem de Pedro IV de Portugal pela Terceira, no contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834).
De seu miradouro o visitante desfruta de uma vista abrangente Angra do Heroísmo e a sua baía, bem como do Forte de São Sebastião, da Fortaleza de São João Baptista, do Monte Brasil, da serra do Morião e da serra da Ribeirinha.
Edificado numa pequena colina que forma o extremo da baía de Angra, em pleno centro histórico da cidade, o Forte de São Sebastião foi a primeira grande fortificação marítima na cidade. Cruzava fogos com a Fortaleza do Monte Brasil, na defesa do porto de Pipas, à época o mais importante
ancoradouro e estaleiro da ilha onde escalavam as embarcações da Carreira da Índia e as frotas do Brasil, em trânsito para o Reino de Portugal. A importância de sua posição decorria da facilidade com dela se podia fechar militarmente a baía de Angra.
O espólio do Museu de Angra do Heroismo é vasto e diversificado, abrangendo a história regional e as suas relações com o mundo. Destacam-se as suas coleções de etnografia, armaria e militaria, pintura, escultura, mobiliário, traje, transporte, cerâmica, instrumentos musicais, brinquedos, fotografias, medalhística e numismática, além de história natural. Em termos de arte sacra, o acervo reparte-se em imaginária, alfaias e paramentaria.
No tocante a Artes Plásticas contemporâneas, destaca-se a coleção António Dacosta, artista natural de Angra do Heroísmo, reconhecido internacionalmente.
Ilha Terceira - Monte Brasil
A península do Monte Brasil constitui-se no cone abatido de um antigo vulcão extinto, com origem no mar, composto por uma caldeira rodeada por quatro picos: o Pico das Cruzinhas, o Pico do Facho, o Pico da Quebrada (onde se situa a vigia da baleia) e o Pico do Zimbreiro. Mantém restos da cobertura vegetal original e encontra-se classificada como Reserva Florestal de Recreio. De seu alto descortina-se uma vista panorâmica sobre a cidade, sua baía e marina, o Porto Judeu, a Ribeirinha, os Ilhéus e, para Poente, desde a baía do Fanal, passando pela baía de Villa Maria até à freguesia São Mateus da Calheta. Do seu topo, em dias limpos pode ver-se, para o Poente, a ilha de São Jorge e a ilha do Pico, a freguesia piscatória de São Mateus da Calheta; o Caminho de Baixo, a localidade de São Carlos, a zona balnear da Silveira e toda a cidade de Angra.
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