Dez 2013 - Dieta Mediterrânica é Património Cultural Imaterial da Humanidade
A Dieta Mediterrânica é uma recomendação nutricional moderna inspirada originalmente nos padrões de dieta da Grécia, do Sul de Itália, da Espanha e Portugal. Os principais aspectos desta dieta consiste no consumo elevado e em proporção de azeite, legumes, cereais não refinados, frutas e vegetais, o consumo moderado a elevado de peixe, consumo moderado de lacticínios (queijo e iogurte na sua maior parte), consumo moderado de vinho, e baixo consumo de carnes e seus derivados.
A 4 de Dezembro de 2013 a UNESCO, durante a sua sessão em Baku, reconheceu este padrão de dieta como Património Cultural Imaterial da Humanidade de Itália, Portugal, Espanha, Marrocos, Grécia, Chipre e Croácia.
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Apesar do nome, esta dieta não é típica da culinária mediterrânica. No Norte de Itália, por exemplo, a banha de porco e a manteiga são muito usados nos cozinhados, enquanto que o azeite é mais reservado para as salada e vegetais cozinhados. Tanto no Norte de África como no Médio Oriente, a gordura da cauda de ovelha e a manteiga fundida (samna) são as gorduras de base
tradicional, com algumas excepções. De facto, um investigador concluiu:
"Aparentemente, não há hoje em dia material suficiente para dar uma definição apropriada sobre o que é realmente a dieta mediterrânica, ou o que é em termos de compostos químicos ou mesmo até em termos de comidas... O termo geral 'dieta mediterrânica' não deve ser usado em literatura cientifica..."
Candidatura da Dieta Mediterrânica como Património Imaterial da Unesco (pelo Município de Tavira)
Desde que as estatísticas sobre a mortalidade identificaram pela primeira vez as populações do Mediterrâneo viviam mais tempo que os restantes europeus, que os cientistas têm tentado perceber qual dos componentes da dieta mediterrânica são os responsáveis pelos benefícios considerados. Em seguida são enumerados alguns dos candidatos…
O azeite é a primeira escolha para a investigação uma vez que é utilizado, quase exclusivamente, na cozinha mediterrânica, em substituição da manteiga, margarina e outras gorduras. O azeite é uma fonte de gordura monoinsaturada, protectora contra doenças cardíacas, possivelmente porque afasta o consumo de gorduras saturadas da dieta. O azeite é também uma fonte de antioxidantes, incluindo a vitamina E. É ainda importante relembrar que o azeite é utilizado para confeccionar pratos à base de vegetais, molhos de tomate, saladas e para fritar peixe.
O elevado consumo de frutas e hortícolas frescos tem demonstrado ser protector tanto contra as doenças cardíacas, como contra o cancro, provavelmente devido ao seu conteúdo em antioxidantes. O tomate foi um alimento submetido a uma série de análises específicas, devido ao seu peso na dieta mediterrânica. Este alimento é, de facto, uma grande fonte de antioxidantes, e o processamento térmico, tanto na culinária, como na preparação de molhos à base de tomate é recomendado, dado que aumenta a disponibilidade de licopeno, um dos principais antioxidantes presente no tomate.
Foi também sugerido que o peixe, nomeadamente os peixe gordos, como a sardinha, apresentam importantes benefícios para a saúde. Os peixes gordos são efectivamente uma fonte gorduras ómega 3 polinsaturadas, sendo que os derivados complexos de cadeia longa parecem ser particularmente benéficas para a saúde cardíaca, devido às suas propriedades anti-inflamatórias e vasodilatadoras, que mantêm o sangue fluído.
O vinho é consumido de forma moderada ao longo de todo o Mediterrâneo, e normalmente é tomado com as refeições principais. Para os homens o consumo moderado é de dois copos por dia e, para as mulheres, apenas um. O vinho, especialmente o vinho tinto, contém uma vasta gama de compostos vegetais que apresentam características benéficas para a saúde, chamados de fitonutrientes. Entre eles, os polifenóis são poderosos antioxidantes, que protegem contra a oxidação do colesterol LDL entre outras sequelas patogénicas do processo oxidativo. Outros fitonutrientes existem que desempenham papéis importantes na inibição da agregação plaquetária, na vasodilatação, entre outros.
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