Out 1988 - Rosa Mota torna-se a primeira mulher portuguesa a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos
Rosa Mota personifica a ideia central deste blog. Uma corredora com uma garra imensa, que apesar de sofrer de ciática, tornou-se uma coleccionadora de triunfos. A nossa "Rosinha", teve como apogeu do seu sucesso a vitória da medalha de ouro nos jogos olímpicos de Los Angeles, em 1984. Foi assim a primeira portuguesa a receber este galardão, seguindo o feito de Carlos Lopes, quatro anos antes.
A nossa Rosinha, como é carinhosamente apelidada por muitos portugueses, é uma das personalidades mais populares do desporto em Portugal no século XX, juntamente com Eusébio, Carlos Lopes e Luís Figo.
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Mas não foi só em grandes campeonatos que se celebrizou. Conquistou várias das melhores maratonas mundiais, como as de Boston, Londres, Chicago, Tóquio, Roterdão e Osaka. Na de Boston, a maratona anual mais antiga do mundo, foi a mais rápida nas três vezes que participou. A "menina da Foz" ganhou 14 das 21 maratonas que disputou, terminando no pódio mais três vezes, além do quarto lugar no Campeonato do Mundo de 1983.
Biografia de Rosa Mota
Rosa Mota começou a correr quando ainda frequentava o liceu. Começou com o Futebol Clube da Foz em 1974 onde esteve até 1977. Em 1978 vai para o Futebol Clube do Porto onde fica até 1980, onde teve um problema de saúde relativo a asma. A partir de 1981 começou a competir pelo Clube de Atletismo do Porto conhecido por CAP, onde esteve até ao final da sua carreira atlética.
Em 1980 conheceu José Pedrosa, que viria a ser o seu treinador durante toda a sua carreira. A primeira maratona feminina que existiu, decorreu em Atenas na Grécia durante o Campeonato Europeu de Atletismo em 1982, foi também a primeira maratona em que Rosa Mota participou; embora não fizesse parte do lote das favoritas, Rosa bateu facilmente Ingrid Kristiansen e ganhou assim a sua primeira maratona.
O sucesso passou a ser uma das imagens de marca de Rosa Mota que invariavelmente, termina bem classificada em todas as maratonas de prestígio. Na primeira maratona olímpica que decorreu em Los Angeles em 1984, ganhou a medalha de bronze. O seu recorde pessoal da distância foi conseguido em 1985 na maratona de Chicago com o tempo de 2 horas, 23 minutos e vinte e nove segundos.
Em 1986 foi campeã da Europa e em 1987 campeã mundial em Roma; em 1988 ganhou o ouro olímpico em Seul, quando a 2 quilómetros da meta atacou Lisa Martin, ganhando com treze segundos de avanço.
Final da Maratona de Seul
Em 1990 voltou a Boston para ganhar esta corrida pela terceira vez, vencendo desta vez Uta Pippig. Depois disso, Rosa foi a Split, defender o seu título de Campeã Europeia da Maratona. Atacando desde o início, Rosa Mota chegou a ter um avanço de um minuto e meio sobre Valentina Yegorova que, no entanto, aos 35 quilómetros conseguiu apanhá-la; as duas lutaram arduamente pela vitória que, no final, sorriu a Rosa Mota com apenas cinco segundos de vantagem. Até 2005, a conquista da maratona por três vezes em campeonatos europeus de atletismo, tanto feminino como masculino, é exclusivo de Rosa Mota.
Apesar de todo este sucesso, Rosa Mota sofria de ciática, o que não a impediu de continuar a coleccionar triunfos, como fez em 1991, na Maratona de Londres; ainda nesse ano, disputando o Campeonato Mundial de Atletismo em Tóquio, Rosa viu-se obrigada a abandonar a corrida e finalmente retirou-se das competições quando não conseguiu terminar a Maratona de Londres no ano seguinte.
Rosa Mota disputou 21 maratonas entre 1982 e 1992, numa média de duas maratonas por ano. Ganhou 14 dessas 21 corridas.
Considerada uma Embaixatriz do Desporto, ganhou o Prémio Abebe Bikila pela sua contribuição no desenvolvimento do treino das corridas de longa-distância. Este prémio foi-lhe atribuído no final da Corrida Internacional da Amizade, patrocinada pelas Nações Unidas e entregue antes da maratona de Nova Iorque.
A nossa Rosinha, como é carinhosamente apelidada por muitos portugueses, é uma das personalidades mais populares do desporto em Portugal no século XX, juntamente com Eusébio, Carlos Lopes e Luís Figo. Em 2004, Rosa Mota transportou a chama olímpica pelas ruas de Atenas antes das Olimpíadas de 2004.
Em 2012 Rosa Mota foi distinguida pela Association of International Marathons and Distance Races (AIMS).
É vencedora das maratonas de Roterdão (1983) (2h.32m.27s.), Chicago (1983) (2h.31m.12s.) e (1984) (2h.26m.01s.), Tóquio (1986) (2h.27m.15s.), Boston (1987) (2h.25m.21s.), (1988) (2h.24m.30s.) e (1990) (2h.25m.23s.), Osaca, (1990) (2h.27m.47s.) e Londres (1991) (2h.26m.14s.). Foi vice campeã mundial de estrada (15 km) em 1984 e 1986.
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